DEPOIMENTOS

- Ler e escrever, uma porta para o        outro –

 Depoimentos de personalidades

Para começar, vamos ver o que algumas personalidades pensam sobre leitura e escrita. São depoimentos de personalidades de diferentes áreas sobre o papel da leitura e da escrita em suas vidas. Depois iremos ver alguns depoimentos dos cursistas do grupo 2 do curso MELHOR GESTÃO, MELHOR ENSINO.

Marilena Chauí

Professora de Filosofia da USP
O livro é um mundo porque cria mundos ou porque deseja subverter este nosso mundo, considera a doutora em Filosofia Marilena Chauí:
Eu costumo falar no esplendor do livro porque ele abre para mundos novos, ideias e sentimentos novos, descobertas sobre nós mesmos, os outros e a realidade. Ler, acredito, é uma das experiências mais radiosas de nossa vida, pois, como leitores, descobrimos nossos próprios pensamentos e nossa própria fala graças ao pensamento e à fala de um outro. Ler é suspender a passagem do tempo: para o leitor, os escritores passados se tornam presentes, os escritores presentes dialogam com o passado e anunciam o futuro.
Fonte: Depoimento feito ao site da Livraria Cultura em 2004.

Danuza Leão

Jornalista e escritora
"Adoro ler, e leio qualquer coisa que chegue às minhas mãos, de bula de remédio a dicionário, é uma mania. Mesmo na infância, não brincava de boneca nem de casinha, mas devorava revistas em quadrinhos e livros. Só queria ficar no quarto lendo, lendo, lendo."
Suas leituras nunca seguiram um critério, conforme esclarece:
Se um amigo que me conhece bem indica um livro, vou lá e compro, e se encontrar um largado num avião também leio inteiro. E não me guio muito pela lista dos mais vendidos. Sou uma anarquista mental. Tudo que aprendi foi vivendo, e acho que tive uma vida muito rica. Aos 16 anos, meus amigos de todo dia eram Di Cavalcanti, Vinicius de Moraes e Rubem Braga. Foi através do convívio com pessoas excepcionais como eles que aprendi as coisas. Não saberia explicar os livros que li e a razão pela qual alguns me impressionaram mais. Que me desculpem os literatos, mas para mim ou um livro é bom ou não [...].
Fonte: Depoimento feito ao site da Livraria Cultura em 2004.

Antonio Candido

Crítico literário e ex-professor de Teoria Literária na USP
As produções literárias, de todos os tipos e todos os níveis, satisfazem necessidades básicas do ser humano, sobretudo através dessa incorporação, que enriquece a nossa percepção e a nossa visão do mundo. [...]. Em todos esses casos ocorre humanização e enriquecimento, da personalidade e do grupo, por meio de conhecimento oriundo da expressão submetida a uma ordem redentora da confusão.
Entendo aqui por humanização (já que tenho falado tanto nela) o processo que confirma no homem aqueles traços que reputamos essenciais, como o exercício da reflexão, a aquisição do saber, a boa disposição para com o próximo, o afinamento das emoções, a capacidade de penetrar nos problemas da vida, o senso da beleza, a percepção da complexidade do mundo e dos seres, o cultivo do humor. A literatura desenvolve em nós a quota de humanidade na medida em que nos torna mais compreensivos e abertos para a natureza, a sociedade, o semelhante.
Fonte: CANDIDO, Antonio. Direitos humanos e literatura. In: ______. Vários escritos. Rio de Janeiro: Ouro sobre azul, 2004.

Rubem Alves


Educador, escritor e teólogo
A literatura é um processo de transformações alquímicas. O escritor transforma - ou, se preferirem uma palavra em desuso, usada pelos teólogos antigos, “o escritor transubstancia” – sua carne e seu sangue em palavras e diz a seus leitores: “Leiam! Comam! Bebam! Isso é a minha carne. Isso é o meu sangue!”. A experiência literária é um ritual antropofágico. Antropofagia não é gastronomia. É magia. Come-se o corpo de um morto para se apropriar de suas virtudes. Não é esse o objetivo da Eucaristia, ritual antropofágico supremo? Come-se e bebe-se a carne e o sangue de Cristo para se ficar semelhante a ele. Eu mesmo sou o que sou pelos escritores que devorei... E se escrevo é na esperança de ser devorado pelos meus leitores.
Fonte: ALVES, Rubem. A beleza dos pássaros em voo. In: ___________. Na morada das palavras. 3. ed. Campinas: Papirus, 2003. p. 66.

Nilson José Machado

Professor de Didática da Matemática da USP

A LEITURA, A ESCRITA, O LUXO

Ler, escrever e contar é o que deveria resultar dos estudos escolares, diziam nossos avós. No antigo Egito, a leitura era ensinada a todos, mas o ensino do cálculo não era generalizado e a escrita era destinada apenas aos filhos das classes dominantes. Em Roma, os escravos que conduziam tais crianças à escola eram chamados “pedagogos”. Em latim, paidòs é criança, e agogòs, condutor. Os pedagogos aprendiam a escrita para poder ajudar as crianças em seu aprendizado. Hoje, é incompreensível uma dissociação entre a leitura e a escrita. A expressão de si e a compreensão do outro são competências complementares. Ler é fundamental para seguir regras com consciência, mas a expressão pessoal é vital, e a escrita é essencial para isso. A oralidade esvanece, a escrita permanece. Animais comunicam-se oralmente; a peculiaridade do ser humano reside na escrita. É preciso ler e compreender o mundo, mas, na escola da vida, temos que assinar o livro de presença. Decididamente, a escrita não é um luxo.
Fonte: Disponível em: http://nilsonjosemachado.net/mileuma.html. Acesso em: 17 maio 2013.

Contardo Calligaris

Psicanalista
A função essencial da literatura, a seu ver, é a de libertar o ser humano:
A literatura é o catálogo das vidas possíveis e impossíveis. Quanto maior for nossa liberdade, mais necessário se torna ter um catálogo de experiências possíveis para poder exercê-las. Porque ninguém é capaz de inventar uma vida a partir de nada. A vida é inventada a partir de uma combinatória de sonhos que já foram sonhados. A literatura é um meio de aprender a sonhar a própria liberdade. Foi onde aprendi que podia e talvez precisasse viajar, “perder países”, como dizia Fernando Pessoa. Na literatura, descobri que havia alhures e que só esses alhures podiam dar algum sentido ao lugar onde, por acaso, eu tinha nascido.
Fonte: Depoimento feito ao site da Livraria Cultura em 2004.


Depoimentos dos Cursistas

ANETI MOTA
  29/5/2013 18:43 - Editado(29/5/2013 18:44)


Considero a leitura,cinema,música fundamental em minha vida.Quando ouço uma música,leio um livro ou vejo um filme presto tanta atenção que consigo sair do meu mundo e navegar em outro tendo a sensação de estar vivenciando um mundo novo com novas civilizações outras culturas outros costumes,religiões enfim tenho o prazer em aprender.Me lembro que meu pai contava que meu nome Aneti foi retirado de um filme Francês onde contava uma linda História de amor,ele que aqui neste mundo não esta mais me deixou essa lembrança que jamais esquecerei, e assino todos os dias...Aneti.

GIL ANDERSON DOS SANTOS
3/6/2013 11:58

http://efp-ava.cursos.educacao.sp.gov.br/p
Confesso que não tenho o hábito de leitura. Estudo bastante, mas o conteúdo relacionado somente a minha disciplina, prefiro resolver exercício a ler um livro, gostaria de fazê-lo mas é difícil.
Minhas atividades de leitura se resumem a momentos de leitura em voz alta em ATPCs ou roda de leitura em atividades escolares fora da sala de aula.
E talvez essa seja a razão pela dificuldade com a escrita.

DIOGO RIVOLI NAZARETH
 3/6/2013 14:57 - Editado(3/6/2013 15:04)

http://efp-ava.cursos.educacao.sp.gov.br/p
   Penso que é um direito de qualquer aluno conhecer e aprender a ler o jornal, principalmente, por se tratar de um portador de diversos tipos de textos e estar presente no cotidiano. Além disso, nós podemos dizer que ele é um grande veículo de comunicação.                                                                                                        Então, durante o ano de 2010, quando estava trabalhando na prefeitura de Guaratinguetá, proporcionei aos meus alunos o estudo do jornal e as possibilidades de exploração desse material através da leitura e interpretação dele. Combinamos que, uma vez por semana, o jornal deveria ser levado para a sala de aula para ser explorado e lido em sala de aula. Desde então, a leitura do jornal em sala de aula se tornou uma atividade permanente na rotina semanal dos alunos.  Assim eu comecei a preparar meus conteúdos de acordo as noticias publicadas nos jornais, procurando sempre levar alguns artigos que pudessem puxar o gancho da matéria a ser explorada.  Portanto, através dessa iniciativa os alunos começaram a tornarem – se leitores e principalmente criarem o hábito de serem críticos e pesquisadores das informações colhidas nos veículos de comunicação. Já aulas de matemática ficaram mais atrativas e com muito mais significados alcançando uma melhor aprendizagem dos alunos.
ANDREA CRISTINA DAS NEVES P DE OLIVEIRA
28/5/2013 23:57
   Adoro   ler, aprendi a gostar de ler na minha casa, meus pais não tinham o Ensino Fundamental completo, porém minha mãe adorava ler, falava que era o único jeito de viajar por todo o mundo sem sair de casa, e meu pai fazia muito palavras cruzadas, peguei os hábitos dos dois. O meu tablete é cheio de livros e palavras cruzadas, leio no intervalo, nas filas, sempre antes de dormir, etc. Tento passar essa paixão para meus alunos, coloco que com a leitura eles  terão mais facilidade para  escrever e se expressar. Tenho mais facilidade de trabalho leitura e escrita quando dou aula de Ciências, porém pretendo aprender nesse curso outros modos de conseguir trabalhar também nas aulas de Matemática, onde a maioria se prende só na História da Matemática para começar um conteúdo. Já vimos, que podemos usar fábulas, poesias, ficção matemática, etc  para também facilitar a compreensão e a memorização dos conteúdos e desenvolver as competências de leitura e escrita .
DIOGO RIVOLI NAZARETH
2/6/2013 12:38

http://efp-ava.cursos.educacao.sp.gov.br/p 
Acredito que a representação através da leitura e escrita é fundamental para o desenvolvimento do aluno e também do professor, pois ela possibilita o aluno criar condiçoes para alcançar os significados dos conteúdos e para o professor auxilia - o na avaliação diagnóstica do cotidiano escolar, propiciando ao  professor traçar nossas estrátegias para a aprendizagem dos alunos que apresentam mais dificuldades.

ANDREA CRISTINA DAS NEVES P DE OLIVEIRA
2/6/2013 22:05

http://efp-ava.cursos.educacao.sp.gov.br/p
Engraçado lendo os depoimentos lembrou-me que uns dos primeiros livros que lembro ter lido, foi também ¨A ILHA PERDIDA¨ igual à Dionéia. Li quase todos os livros da coleção Vagalume, sempre da biblioteca, emprestado  dos amigos ou comprado de 2ª. 3ª, 4ª... mão, pois naquela época meus pais não podiam comprar novos e nem o governo mandava livros como acontece hoje. Precisamos ensinar nossos alunos a dar valor a isso, e aproveitar essa oportunidade e ¨aprender¨ a gostar de ler.
A professora do meu filho está fazendo roda de leitura, e fiquei feliz quando ele chegou no começo do 2º bimestre com um livro da coleção Vagalume, olha só, livro não envelhece, não fica ultrapassado, está sempre está na moda.

ANA RITA GIOVANI PEREIRA
4/6/2013 18:02

http://efp-ava.cursos.educacao.sp.gov.br/p
Boa noite, também adoro ler, com exercícios de lógica eu consigo proporcionar aos meus alunos, interpretação de textos interligado com o raciocínio lógico.

DIONÉIA ANTÔNIA PEREIRA PASSINE 
09/06/2013 19:51

Pesquisas comprovam que a criança que tem contato com a leitura desde cedo, aprende melhor, pronuncia melhor as palavras e se comunica melhor de forma geral. Por meio da leitura desenvolve a criatividade, imaginação e adquire cultura.
A leitura frequente e de diferentes assuntos, cria familiaridade com o mundo da escrita, que facilita a alfabetização e ajuda em todas as disciplinas.
Nós professores de Matemática temos que preparar nossas aulas visando desenvolver a habilidade da leitura e interpretação de narrativas, seja por meio de problemas contextualizados, jogos, pesquisas na internet, resumo, etc.

 MARCO ANTONIO DO COUTO
 

A leitura é a porta para  que possamos desenvolver em qualquer área do conhecimento a compreensão e o entendimento,
 principalmente na Matemática, costumo dizer para os meus alunos que a resolução de um problema está em seu enunciado.
 Particularmente sempre gostei da leitura e isso me fez gostar de escrever, faço verso, música e gosto muito de expressar o que
 penso através da escrita. 
"Trascedente"
Sombras perpétuas
Na boca do céu
Assimilam prentensões
De jamais ser estático
Estabilidade visual
Sobre outros seres
Conclui o porque,


    ANETI MOTA
 

A receptividade de meus alunos quando trabalhei com narrativas foi surpreendente, todos
ficaram atentos e com um interesse que jamais tinha visto conseguiram assimilar com mais facilidade  as fórmulas  e entender a origem das mesmas.
Trabalhando leitura e escrita a aula ficou prazeirosa, uma das dificuldades envolvida no trabalho é o tempo ,pois dependendo da narrativa para um determinado conteúdo precisamos de mais aulas um dos meios para facilitar e contornar os problemas relacionado com o tempo e melhorar o horário 
deixando as aulas em bloco.  

DIOGO RIVOLI NAZARETH
 

A leitura está em todos os meios inclusive  
A leitura está em todos os meios inclusive na matemática, pois os educandos devem conhecer a linguagem matemática e a 
demais áreas para que então possam adquirir novas habilidades e competências necessárias para sua formação e sua vida.  

MARCO ANTONIO DO COUTO

 
Há sim, uma vez tive a experiência de montar uma peça de teatro com alunos da 6ª série/7ºano sobre Arquimedes sobre a história da palavra Eureka, tem haver com proporcionalidade os resultados foram excelentes, eles escreveram e ensaiaram e apresentaram para a escola foi uma experiência muito gratificante.
                                                                                                                                                       

Um comentário:

  1. Olá colegas. A minha experiência com a leitura remonta a infância e perpassa a juventude. Desde a antiga 5ª série , o professsor nos fazia ler bastante. Naquela época, não havia muitos livros disponíveis na escola, por isso, utilizávamos muito os gibis. Nós liamos os gibis e trabalhávamos as histórias em quadrinhos por meio de diálogos. Fazíamos teatro em forma de jornais falados, relatando tudo o que acontecia na escola. A professora nos recomendava muito os clássicos da literatura brasileira, como A Moreninha, O Seminarista, Senhora, etc. Após a leitura tinhamos de apresentar o resumo para a professora e para os colegas. Nas comemorações cívicas eu decorava os textos e os apresentava para os presentes. Já na adolescência e juventude, desenvolvi ainda mais o gosto pela leitura e pela escrita, participando ativamente de movimentos de jovens cristãos, montando encenações nas celebrações da Semana Santa, Natal e Páscoa. Também adquiri o gosto pela leitura lendo muitos trechos da Bíblia. Li Fernando Pessoa, Vinicius de Moraes e dezenas de livros religiosos. Portanto, a leitura sempre fez parte importante na minha vida. Hoje, infelizmente, os alunos não sabem ler e os que sabem não gostam de ler, salvo raríssimas exceções. Atualmente os alunos tem tudo ao alcance , no entanto, demonstram muita preguiça mental. Procuro mostrar aos meus alunos que a distância entre os que tem hábito de leitura e os que não tem a mesma entre os que se projetam na vida e os que permanecem à beira do caminho, às margens do sucesso profissional e muitas vezes, pessoal.

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